Desde pequenininho ouvi uma estória de que tomar banho de chuva deixa a gente gripado... ninguém nunca conseguiu me convencer cientificamente a procedência desse mito, ninguém nunca me disse: são as bactérias que são carregadas pela chuva, é o resfriamento brusco de seu corpo, junto com a chuva e o vento, é a acidez da água da chuva que provoca o resfriado, nada, nadinha que me convencesse que tomar banho de chuva não é um santo remédio pra alma e pro coração dos que sabem apreciar as pequenas dádivas da vida e a maravilha de se estar vivo e livre para pode sentir cada um dos pingos da chuva enxarcar o seu corpo todo.
Acabei de chegar da minha volta de bike e, no meio do caminho, o tempo fechou e caiu um baita de um temporal, sem nenhum aviso, nenhum simples presságio da chuva que viria...
A praia estava lotada, pessoas andando de skate, bicicleta, correndo, a pé... muita gente mesmo...
Logo no começo da chuva a água fria no meu corpo quente foi uma delícia, um prazer que a muito tempo não sentia... mas logo em seguida eu parei pra pensar no meu celular que estava no bolso e na chave do meu carro que eu tinha trazido, fiquei preocupado, estava sem camisa, não tinha como protegê-los... daí mais um pedaço eu me toquei que eu tinha me prometido não deixar de aproveitar os pequenos presentes de Deus por nada, muito menos por coisas materiais.
Aprendi que tem coisas que o dinheiro compra, mas tem outras que não, e um belo de um banho de chuva em pleno verão carioca, de fato, não é uma coisa que se compre... eu tinha que tomar aquele banho de chuva (e sem preocupações) custasse o que custasse e prossegui sentindo os pingos de chuva no meu rosto...
Parei em uma barraca e pedi ao rapaz que trabalhava lá um saco plástico pra envolver o meu celular e a minha chave, ele não tinha, mas me disponibilizou os saquinhos plásticos de dois guardanapos de papel que ele tinha acabado de abrir... envolvi o celular e a chave hermeticamente no plástico, taquei eles no bolso e voltei pro meu banho de chuva...
Peito nú ao vento, os pingos escorrendo do meu cabelo pro meu rosto, o meu tênis todo molhado, a meia toda exarcada no pé, o barulho das ondas e da água da chuva batendo em mim... que sensação gostosa, que liberdade, que desapego, que paz... eu mirava cada uma das poças da rua com a bicicleta afim de me molhar ainda mais...
O mais engraçado era ver as pessoas fugindo da chuva, correndo para um abrigo... em poucos instantes a praia ficou vazia, sem ninguém... só tinha eu, a chuva, minha bike e uma ou outra alma livre que também se permitiu tomar aquele delicioso banho de chuva...
Imagine eu ver toda uma faixa da Vieira Souto e da Delfim Moreira só para mim, em pleno verão, no finalzinho de tarde, culpa de uma chuva torrencial de verão que me permitiu ver aquilo com os meus próprios olhos...
Imagine eu ver toda uma faixa da Vieira Souto e da Delfim Moreira só para mim, em pleno verão, no finalzinho de tarde, culpa de uma chuva torrencial de verão que me permitiu ver aquilo com os meus próprios olhos...
Pensei tanto na vida naquele momento... nas pessoas que eu queria perto de mim, do quanto eu estava orgulhoso por não ter me permitido voltar pra casa por causa de coisas de somenos importância, do quanto era bom poder sentir e aproveitar aquele momento especial. Me permitir viver aquele momento com uma intensidade revigorante, foi muito bom, muito energizante.
Daí era inevitável não chegar à conclusão de que devemos nos permitir mais na vida... sentir os pequenos deleites do dia a dia sem medo de ser feliz, sem receio de quem está olhando, sem medo de nosso olhar sobre nós mesmos, sem temer ser ridículo, ou ficar doente, ou ser criticado, ou qualquer outra coisa que nos impeça de fazer o que nos dá prazer e orgulho de sermos humanos, com tudo de bom e de ruim que isso acarreta.
Devemos nos permitir pra ver o que é bom e o que é ruim, o que vale a pena e o que não vale, o que é chuva e o que é resfriado... tudo num momento só... a vida não é feita de repressões, mas sim de sensações, e essas sensações é o que levamos dessa vida, todo o resto fica.
Só nós mesmos poderemos saber das nossas verdades e das nossas conclusões com base em nossas experiências.
Não percam os seus banhos de chuva, não deixem de refletir e de amar, não afaste quem te ama e nem perca as oportunidades que a vida te oferece diuturnamente e você bobo bem vê!
Tomem seus banhos de chuva e lavem suas almas com esses pequenos deleites que Deus nos dá diariamente.
Felicidade e saúde para todos.
Garoto Bacana
Daí era inevitável não chegar à conclusão de que devemos nos permitir mais na vida... sentir os pequenos deleites do dia a dia sem medo de ser feliz, sem receio de quem está olhando, sem medo de nosso olhar sobre nós mesmos, sem temer ser ridículo, ou ficar doente, ou ser criticado, ou qualquer outra coisa que nos impeça de fazer o que nos dá prazer e orgulho de sermos humanos, com tudo de bom e de ruim que isso acarreta.
Devemos nos permitir pra ver o que é bom e o que é ruim, o que vale a pena e o que não vale, o que é chuva e o que é resfriado... tudo num momento só... a vida não é feita de repressões, mas sim de sensações, e essas sensações é o que levamos dessa vida, todo o resto fica.
Só nós mesmos poderemos saber das nossas verdades e das nossas conclusões com base em nossas experiências.
Não percam os seus banhos de chuva, não deixem de refletir e de amar, não afaste quem te ama e nem perca as oportunidades que a vida te oferece diuturnamente e você bobo bem vê!
Tomem seus banhos de chuva e lavem suas almas com esses pequenos deleites que Deus nos dá diariamente.
Felicidade e saúde para todos.
Garoto Bacana
Nenhum comentário:
Postar um comentário