28 agosto 2011

Eu quero sempre mais!!!


As vezes me pego pensando o quão fútil eu sou e o quanto eu desejo coisas desnecessárias na minha vida... porque será que a gente não pensa no que quer antes de querer? Hehehehe...
As vezes você quer ser mais bonito, mas não sabe o que isso lhe traz de ruim; quer ser famoso, mas não sabe o quanto isso irá te limitar; quer ser rico, mas não sabe que isso vai tirar de você algumas coisas que só a simplicidade e a necessidade de se lutar por algo faz por um ser humano.
Deus sabe o que é melhor pra nós, em cada milímetro de nossas vidas, isso é fato! Então confie, Ele nos dá o suficiente (no meu caso até mais do que suficiente) para sermos felizes.
Teve um conhecido que um dia falou um lance muito certo: sofremos da SRC (Síndrome do Rabo Cheio), temos tudo o que podemos ter, somos inteligentes, articulados, bem aparentados, nos vestimos bem, mas sempre queremos mais e, em alguns aspectos materiais da vida, o céu é o limite.
Sempre vai ter alguém mais bonito, que tem mais dinheiro, uma marca mais cara, uma festa mais exclusiva, uma turma mais legal, mas temos que ter consciência que essa pessoa mais rica, mais bonita, também acha a mesmíssima coisa de um outro alguém, o que entra em um ciclo vicioso, infindável e irreal de uma ilusão de que poderíamos estar melhores do que estamos... mentira, falácia, balela, conversa pra boi dormir, conto do vigário... o ser humano é infinito nas suas vontades e desejos. Não que você não possa estar sempre melhor em algum aspecto, mas antes de querer se pergunte: É isso mesmo o que eu quero? Preciso disso pra ser feliz? E analise suas decisões e seus anseios...
Eu penso, e tento me pautar nesse pensamento (às vezes com falhas, claro!), que devemos ser felizes com o que temos, lutarmos por ter mais, mas principalmente termos a consciência de que NUNCA teremos o bastante e que, principalmente, devemos TOMAR CUIDADO para que essa sensação de insatisfação não nos retire o sentimento de FELICIDADE que deve advir das nossas conquistas. Querer sempre mais é sadio, desde que não lhe retire a felicidade e a satisfação de se usufruir do que já se tem.
Quando estou me sentindo assim eu procuro olhar as pessoas que me cercam e não é difícil constatar que 90% dessas pessoas estão em condições mais precárias que a minha e que nem por isso estão insatisfeitas com a vida que têm... a mim resta olhar com resignação para elas e agradecer o aprendizado que elas me proporcionaram, mesmo sem saber... me resta querer ajudá-las em troca, o que muitas vezes eu não consigo...
Festeje suas conquistas, se anime com suas vitórias, olhe pra o que você tem (seja material ou em termos de evolução espiritual) e se orgulhe disso! Foi você quem fez, do jeito que deu e de seu modo, seja lá o que for...
Tá insatisfeito? LUTE, mas sem esquecer de valorizar o que já tem e sempre lembrando que se não temos o que desejamos é porque não é o melhor para nós... CONFIE em DEUS...
Fica a dica pros amigos...
Beijo pra quem é de beijo e abraço pra quem é de abraço... felicidades e saúde para todos.

Garoto Bacana.

17 agosto 2011

Paz


Sinto paz, paz de um sorriso.
Paz de amar, de ser amado.
Paz de amor, de ser feliz.
Paz de ter e ser amigo.
Paz de ser como eu sou, com todos os defeitos e qualidades.
Paz por tentar equilibrar e por ser pelos outros equilibrado.
Paz por ter serenidade de observar e admirar o que é pequeno e imperceptível aos olhos apressados do dia a dia.
Paz por ter resignação e consciência que não sei tudo e que ainda tenho muito o que aprender.
Paz por saber que ainda tenho muito o que fazer nesse mundo, apesar de as vezes achar que já fiz demais.
Paz por poder amar a quem não conheço e ser amado e admirado por desconhecidos.
Paz por ver o mundo de uma forma particular e sensível.
Paz por poder ser assim e reconhecer que tenho limitações e por reconhecer que cada um sabe de si e de suas fraquezas, desejos, crenças, hábitos.
Paz por tentar não julgar e por ter força, compreensão e indiferença quando sou injustamente julgado.
Paz por querer e desejar a todos, paz!

Garoto Bacana

Sol e chuva...





Essa reflexão eu tive um dia quando estava chegando de avião em Natal-RN... cheguei em um dia nublado, chuvoso... mas quando o avião estava lá em cima, tudo estava claro, o sol estava a pino... nós estávamos acima das nuvens carregadas... imediatamente fiz a ligação com os problemas do dia a dia, das dificuldades que temos que enfrentar diuturnamente, peguei o papel, consultei o coração e rabisquei essas linhas que agora divido com vocês...

"O sol continua brilhando acima das nuvens nos dias de chuva. Com isso vemos que a chuva, por mais importante que seja, é sempre passageira, em situação diametralmente oposta a do sol, que é eterno e que nunca deixa de brilhar, mesmo que escondido sob as nuvens... a chuva não apaga o sol, ela só não deixa a gente ver com clareza que o sol ainda está lá, brilhando!!!"

Felicidade e saúde para todos...

Garoto Bacana

16 agosto 2011

Viver e morar bem!!!


Como procurar uma casa pra morar... complicado isso, viu? Você busca nos jornais, nas imobiliárias, liga, marca com o corretor ou com o proprietário, vai ver uns imóveis que você preferiria sequer ter perdido o seu tempo em ver e fica com um aperto no peito achando que não vai encontrar "o" lugar ideal.
Me lembro de já ter pulsado em mim essa mesma sensação outras vezes em minha vida, mas é sempre a mesma coisa, você acha que não vai encontrar um local legal pra morar pra ter como seu... tudo é meio velho, meio acabado, meio fora de suas propostas... até que um dia ou você cansa e se adapta à imperfeição, ou você encontra o lugar perfeito.
Pra ser bem sincero eu nunca encontrei a perfeição, sempre me adaptei aos pequenos defeitos dos imóveis que eu aluguei, e todas as vezes que saí dele queria encontrar um igualzinho no novo lugar de destino... hehehehe.
É incrível como os lugares são feitos de suas impressões, do que você viveu ali, de como você foi feliz... não é só físico, tem um componente psíquico fortíssimo na escolha de seu lar.
Procuro sempre um lugar claro, que caiba as minhas coisas de uma forma perfeita (sem sobrar e nem faltar), arejado (isso é importante), silencioso, com uma vizinhança legal, em um bairro legal, enfim... vou buscando tudo pra ver se acho pelo menos uma boa parte do que quero, mas sei que não vou ter tudo.
Acho que hoje eu sou bem mais tranquilo em relação aonde eu posso morar... tem que ter potencial, não precisa vir pronto! Hehehehe... só não queria que tivesse taco como piso, mas tudo bem, talvez esse seja um defeito que Deus quer ver corrigido em mim. Kkkkkkkkkkk.
Continuo na busca, tentando achar, errando, vendo imóveis acabados, tristes, alguns até pesados, mas hei de encontrar!!!
Nesse momento estou esperando pra ver um apartamento da mãe de um colega... se der certo podem ter certeza que será mais uma daquelas histórias que só acontecem comigo e que comprovam a existência de Deus... kkkkkkkkkkkk, mas deixe acontecer que eu conto aqui, prometo! E se não acontecer, paciência, faz parte do aprendizado e vamos naquela máxima de que "Deus sabe o que é melhor pra gente!".
Torçam por esse "Garoto Bacana" que está pondo em prática algumas das lições que recebeu da vida neste exato momento de sua existência... hehehehe. Tomara que venham outros aprendizados agregados...
Que desabafo bom esse blog, viu?
É isso aí... beijo pra quem é de beijo e abraço pra quem de abraço!
Felicidades e saúde pra todo mundo (e um bom cafofo pra mim, né? Rsrsrsrs).

Garoto Bacana

09 agosto 2011

A grata surpresa da Venezuela...


Olha, viajar é o alimento da alma mesmo... e ainda mais quando as viagens despretensiosas viram viagens inesquecíveis... eu tenho a teoria de que quando não se tem pretensão nas coisas, quando não se cria uma expectativa, tudo fica mais fácil de ser inesquecível... quer comprovar? Pense em todos os importantes momentos de sua vida ou das pessoas importantes que por ela passaram (e ficaram) e veja se muitos desses momentos e muitas dessas pessoas não vieram nos momentos mais inesperados e despretensiosos de sua vida...
Mas bem, voltando ao foco da viagem: estava eu na internet, num belo dia, na minha casa, quando um grande amigo de infância me liga e diz que está tendo uma promoção da TAM, de 4.000 milhas, pra Venezuela... e me chama pra acompanhá-lo na empreitada... eu, com meu parco juízo e com a certeza de que a viagem valeria a pena nem que fosse pela companhia do querido amigo, topei na hora!
Mas também tenho outra mania... a de não querer viajar poucos dias... costumo dizer que a viagem ideal dura entre 10 e 23 dias... portanto, procuro sempre viajar dentro  desse prazo... e assim o fiz. Combinei com o amigo que iria com ele, mas que iria comprar a passagem de ida 7 dias antes, totalizando 12 dias de viagem, tentei persuadi-lo a ir comigo, mas não consegui... ele tinha que dar plantão pra pagar a viagem... vida de médico é osso!!! Hehehehehe.
Pois bem, comprei as passagens pra passar 12 dias na Venezuela... e, somente 3 meses depois de compradas as passagens, faltando apenas 2 semanas pra o início da mesma, decidi decidir pra onde iria e o que eu faria durante essa viagem.
Postei no meu facebook a minha ida pra Venezuela e pedi auxílio aos viajados amigos virtuais... muitas dicas vieram no sentido de eu ter que visitar Los Roques e eu, obediente que sou, segui os conselhos dos amigos... providenciei as passagens em uma agência Venezuelana, tudo através da internet, apostando na sorte (que deu certo, segue o site pra quem precisar: http://www.lltoursvenezuela.com), e segui meu rumo...
Decidi ficar 03 dias em Caracas, capital venezuelana, 05 dias em Los Roques, dica dos amigos facebookianos, e 04 em Isla Margarita, que meu amigo de infância, aperriado como só ele, já tinha organizado todo o itinerário, reservado o resort e feito toda programação que não funcionou sequer 50% do almejado (por isso eu não me programo... kkkkkkkkkkk), mesmo com os 03 meses de antecedência no planejamento e ainda ficou reclamando comigo porque eu não me organizava nos demais destinos que decidi visitar...
Iniciei a viagem perdendo o vôo da ida porque a TAM cancelou o vôo de Brasília pra São Paulo e não me avisou... só pude embarcar um dia depois... mas como eu estava de férias resolvi que isso não iria me chatear e voltei no outro dia como se fosse o primeiro dia de minhas férias... lembrem-se: a felicidade é a gente que faz... não adianta ficar com raiva das situações ou tentar mudar coisas que não são mutáveis... o lance é se resignar e aproveitar o que dá... eu me lembro sempre de que Deus sabe o que é melhor para mim, se eu não fui no dia que eu planejei ir era porque não era o dia que Ele planejou eu ir, portanto, sorria e vá no dia que Ele determinou... e assim o fiz!!!
Dia seguinte estava lá e foi tudo uma maravilha... a ida foi super tranquila... li um livro todo, de testa (As Montanhas de Buda, do post passado)...
Cheguei em Caracas e já fui abordado pelos taxistas e pelos caras que trocam o dólar pelo Bolivar Forte (moeda local)... é interessante a forma como os caras te abordam... tudo muito escondido, tudo muito cochichado, de olho na polícia nacional (que não é um modelo de honestidade), pois parece que é crime cambiar os dólares na Venezuela (eu só soube depois...).
Deixe eu abrir um parentese antes de entrar na viagem propriamente dita para tocar num ponto curioso da Venezuela... a moeda local (BsF) é mantida forte artificialmente pelo governo venezuelano... tudo para manter uma aparência de economia estável e para que não haja uma evasão de divisas em massa, entre outros complicadores econômicos que não me cabe explicar aqui mas que é muito interessante entender... dessa forma, oficialmente, ou seja, na casa de câmbio oficial, U$ 1,00 vale exatos BsF 4,00, enquanto que no mercado negro, como eles falam lá, cada dólar sai a BsF 8,00, exatamente o dobro, ou seja, comprar com cartão de crédito lá é roubada, porque o dólar da conversão do cartão é o oficial... o lance é levar dólar em espécie e cambiar a moeda por lá mesmo, e acredite, é muito fácil de trocar o dólar lá... todo mundo quer comprar seus dólares... desde os cambistas até a moça da farmácia na hora que você está comprando um produto deles...
E isso é fácil de entender... com essa economia oscilante dos venezuelanos, nada melhor que comprar dólar e deixar ele guardado. Poupança, renda fixa, ações, imóveis, são investimentos arriscados em países com a economia instável, por isso que é bom pra eles comprar o dólar... lembro que no Brasil essa prática também já foi muito utilizada pela classe média alta, que via na compra de dólar um excelente negócio, esperando a valorização inevitável do dólar frente a moeda nacional... mas enfim, não vou me imiscuir em matéria alheia ao meu conhecimento...
O fato é que cheguei, fiz logo amizade com um taxista, e combinei com ele que se me conseguisse trocar os dólares a 8 BsF eu pegaria a corrida com ele até o hotel... bem, ele conseguiu subir de 5 BsF, que era a proposta inicial do cara, para os 8 BsF que eu queria, claro não sem antes querer me passar a 7, 7,5 e 7,8 BsF, mas o cara tem que ser bom de negócio e segurar a onda... hehehehe.
Outra dica: anote os números de séries de seus dólares, eles pegam as suas notas e trocam por notas de dólar falsificadas... anote e diga a ele que anotou e de preferência entregue os seus dólares todos grampeados e juntos...
Parte dos dólares transformados em moeda local segui meu rumo com o taxista, conforme combinado... sei que ele cobrou mais caro a corrida, mas eu estava no lucro por causa do câmbio que consegui... ele cobrou 20 BsF a mais que o normal, mas valeu muito a pena...
Como Caracas fica a mais ou menos 45 minutos da cidade aonde fica o aeroporto (Maquetia) fui conversando com o taxista sobre os bons locais a se visitar em Caracas e o que era bom de fazer... conversamos muito e ele me deu várias dicas... logo no começo o colega me falou que a cidade está a 800m acima do nível do mar, o que faz com que a cidade fique com um clima mais aprazível que lá embaixo (o aeroporto fica na beira do mar, muito parecido com o Santos Dumont, no Rio, e as semelhanças com o Rio não param por aí... subindo a serra vi muitos "barrios" que são as nossas famosas favelas... e a cena parecia muito com a Favela Rocinha a noite... só as luzes subindo o morro... bonito de ver... e conversando com o taxista ele me revelou a situação sócio econômica da Venezuela e a barra pesada que é viver nesses locais...


Seguindo, enfrentamos um trânsito gigante, como toda cidade grande, e fui para o hotel... Detalhe: como os taxis de lá não têm taxímetro fiquei tranquilo (ou não)... eles cobram preço fixo! Hehehehe...
Confesso que eu não me senti muito tranquilo de sair a noite... tava com muita fome, falei com o pessoal da recepção do hotel que me aconselhou não sair a pé pelas redondezas, fui só até a esquina pra tentar comer, mas não encarei o rango... hehehehe... tava com  o aspecto ruim demais... self service chinês com cara de final de feira, sabe como é? Voltei pro hotel e fui dormir com fome...
As pessoas te fazem muito medo... não andar de relógio e nem de corrente no pescoço, prestar atenção ao redor, não vacilar no metrô, tomar cuidado se a polícia te abordar (eles são corruptos e extorquem os turistas)... a sensação de segurança por lá não é das melhores... mas andando com atenção dá pra ir de boa.
Acordei empolgado pra tomar café da manhã no hotel... ledo engano... kkkkkkkkkkkkkk... que prestasse só tinha suco, queijo e presunto... hauahauhaua... mas a fome era tanta que eu comi umas arepas (prato típico deles que parece com aquele grude de goma lá do nordeste) com um peixe refogado que tava ruim pra caralho!!! Huahauhauaha... mas com fome, vale tudo... comi e fui pegar o metrô...
Andei a capital toda de metrô... foi muito legal... eu gosto demais de sair pelo mundo e saber me virar sozinho em todos os cantos... tentei comprar um mapa de Caracas, mas não se vende (a cidade não é muito preparada pra o turismo), então o lance foi perguntar antes pra recepcionista do hotel em que estações descer e ir no tato... como sempre deu tudo certo... kkkkkkkkkkk.
Primeiro o valor do metrô é R$ 0,25 por viagem e enchi o tanque do carro que eu aluguei por R$ 0,58... é isso mesmo, 40 litros por R$ 0,58, MUITO BARATO... essa é uma faceta boa do socialismo, em que pese eu, particularmente e sem tom de crítica, achar se tratar de um sistema fadado ao fracasso por causa da própria natureza humana, mas enfim, nada de economia, nem de antropologia e muito menos sociologia hoje, né? Hehehehe...
O metrô é bom e funciona bem, só não cobre todos os lugares da cidade, mas uma boa parte dela... e em alguns pontos pega-se o metrô e se vai até o local de destino de táxi ou da "carreta"...
Bem, segui pra os meus passeios culturais... visitei prédios históricos, mercados, museus, ruelas, ruínas e conheci um pouco mais da história de Simon Bolivar, que é o herói da independência venezoelana...


Fui ao Capitólio, um prédio belíssimo, de 1872, aonde fica o legislativo nacional... também é conhecido como Palácio Federal e tem uma cúpula dourada saindo de suas estruturas... lá tem uma espécie de museu de Belas Artes Histórico, com obras da época da construção, mas que eu não pude visitar porque estava fechado... tenho que voltar lá pra ver!
A Plaza Bolivar também é um local muito interessante... marco da história da independência venezuelana e palco de massacres políticos.


Quando eu estava caminhando pela praça vi as filmagens de uma cena de um filme de época... muito interessante, mas o figurino era simples, devia ser uma locação bem simples também, mas foi interessante de ver.
Simon Bolivar é um ícone pra eles, realmente era um homem visionário, com intento de libertar a América e de ser independente do velho mundo. Ele fundou e foi presidente da Grã Colômbia, formada pelos atuais países da Colômbia, Venezuela, Equador e Panamá. Fui à casa aonde ele nasceu, tem um pequeno museu histórico lá com algumas obras de arte e objetos pessoais dele, inclusive a sua certidão de batismo.


Os prédios históricos são bem conservados... a cidade é muito interessante...
Fui também ao topo da montanha de Ávila... Caracas fica aos pés dessa cadeia montanhosa e lá de cima você vê, de um lado, o mar do Caribe venezuelano e do outro Caracas... o lugar é realmente muito especial... num total de 2.600m de altitude.
Tem um teleférico que leva você até o alto... no começo eu pensava que era igual o bondinho do Pão de Açúcar, mas quando entrei no bonde e que se passaram quase 20 minutos de subida ininterruptas pude ver o quanto é alto o negócio... hehehehe.


Chegando lá em cima a sensação de falta de ar e de cansaço é normal, os guias já avisam... o ar fica mais rarefeito e a temperatura vai para agradáveis 15 graus... tem lanchonetes e muitas opções de guloseimas locais como a Chica, que é um iogurte de leite de arroz e leite condensado, arepas, empanadas, que é um risólis de massa de milho, e um prato delicioso que é como se fosse uma pamonha recheada na forma de um acarajé, com uma salada de repolho e cenoura crús... uma delícia, mas que não sei o nome... hehehehe. Comi sem saber... kkkkkkkkkkkk.


O lugar vale mesmo a pena ser visitado, pra mim foi o local aberto mais legal que visitei por lá.
Além das montanhas de Ávila Caracas é uma cidade cheia de boas opções gastronômicas, com excelentes restaurantes... o point do lugar é o bairro de Las Mercedes... mas não fui a nenhum dos restaurantes que eu vi, apenas um pub, que era restaurante e que virava uma boite mais pro final da noite... interessantíssimo o lugar... e o que eu achei mais legal é que na balada  não rola apenas músicas estrangeiras, como no Brasil, eles tocam muitas baladas nacionais, em espanhol e com um ritmo contagiante... chama-se Regaton... além de música eletrônica e dance em espanhol... uma delícia de ouvir e de dançar.
As mulheres são todas muito bonitas, simpáticas e bem arrumadas... tem um ditado local que fala que as mulheres afirmam: "antes a morte do que ser sem sal" em tradução livre, mas que quer dizer que as mulheres locais se arrumam muito bem e estão sempre muito bonitas, em qualquer ocasião, de fato fiquei bem impressionado, com todo o respeito à minha esposa, claro... rsrsrsrs.
Outro capítulo a parte e que não deve ser deixado de lado durante uma visita à Caracas é o Museu de Belas Artes de lá... o prédio é espetacular... fachada tradicional, com colunas em estilo romano (mas ele é em estilo neoclássico), mas quando você entra o prédio vai te levando em uma viagem no tempo... logo após a entrada em estilo romano tem um pequeno lago artificial, com duas árvores e um jardim, lembrando o parnasianismo... contato total com a natureza... quando você vai entrando, tem uns pequenos ambientes com lojas, lanchonetes, um café muito bom (que claro eu não poderia não tomar... hehehe) e um espaço para os estudantes, tipo um grande parque, na lateral do museu... mas o prédio que abrigava as salas de exposição foi o que mais me impressionou, de um modernismo digno de Oscar Niemayer... a cada andar o prédio se dividia para a esquerda ou para a direita, alternando os andares e podendo se ver de um andar o outro... as estruturas eram de concreto armado aparente (estilo brutalista), apenas pintado em uma cor escura (um cinza esverdeado), me lembrou muito o prédio da reitoria da UFRN, lá em Natal-RN... o prédio não é grande e nem as obras são conhecidas, mas as telas e obras em exposição são belíssimas e se você prestar atenção a esses detalhes a visita fica intrigantemente interessante...

















Vi uma exposição de um artista venezuelano cuja obra é reconhecida mundialmente, esqueci o nome dele agora, mas ele pinta uma espécie de metamorfose das pessoas, indo de pessoas à monstros e figuras deformadas... é muito densa a exposição dele e posso dizer que ele exprime bem a visão pessimista que ele tem do mundo e das pessoas, mas extremamente interessante do ponto de vista pessoal e individual de cada um que vê a exposição com suas impressões sobre o mundo...
De fato uma vez ouvi que o artista quando faz sua arte ele joga pro mundo uma impressão que vai ser mudada, interpretada e até deturpada por causa das experiências pessoais de cada um dos destinatários da obra... e assim foi comigo... o tempo todo a exposição mostrava a mutação de mulheres e homens bonitos e esteticamente perfeitos para monstros, cadáveres em decomposição, vampiros, mas eu sempre enxergava da faceta desfigurada para a mais agradável, vendo aquilo como uma evolução humana... achei intrigante saber depois da visão pessimista do artista sobre o caráter humano e suas impressões negativas sobre o mundo... depois de ter essa informação rodei novamente a sala de exposição com uma perspectiva totalmente diferente da primeira análise (que era minha visão sobre os quadros, e não a do artista).
De lá fui no museu de arte natural, que é bem simples e que conta com alguns animais empalhados... e depois fiquei cansado, mas queria muito ter ido ao museu de arte contemporânea, mas não deu... hehehehe.
Não consegui ir a nenhum mercado público e nem a feiras livres, só de artesanato mesmo... que ficava no largo de fronte à área dos museus.
Sobre a política tive a oportunidade de conversar com alguns jovens vanezuelanos de minha idade (trinte e poucos anos)  e a impressão que eu tive foi a de que eles são extremamente politizados e insatisfeitos com o socialismo... o desemprego é uma preocupação constante, porque não há estímulo para que multinacionais e grandes empresas se instalem no país (por causa do socialismo não há esse tipo de incentivo) e trabalhar para o governo como funcionário público não é tão cobiçado quanto aqui no Brasil... as eleições presidenciais acontecem esse ano ainda e parece que vai ferver o negócio por lá... só que o socialismo agrada às grandes massas pobres da Venezuela, que é quem elege os seus representantes, vamos ver o que vai ser dessa eleição, né?
Bem, nesse dia tive muita chance de treinar meu espanhol com os amigos do meu amigo brasileiro... tomamos umas garrafas de vinho num pub que era meio que um quiosque de shopping, sabe como é? Mas o vinho estava na temperatura perfeita e muito bom... lá a tradição é mesmo dos vinhos chilenos... não conhecem os vinhos brasileiros (que eu reputo dos melhores, apesar de não reconhecidos) e nem consomem os argentinos, apesar de conhecê-los.
A Colômbia é um país muito próximo (geográfica e culturalmente falando), acredito eu pelo início da história de ambos os países. O Brasil é visto por eles como uma grande potência econômica e o precursor do desenvolvimento na América do Sul.... mas culturalmente não têm qualquer afinidade conosco... os venezuelanos são muito americanizados, por isso tanta raiva dos socialistas de plantão, tanto é que o esporte preferido é o beisebol, esporte tipicamente americano... rsrsrsrsrsrs. Futebol é esporte de segundo escalão.
Uma coisa legal que eles falaram era a necessidade de no Brasil se adotar o espanhol como segunda língua e dos demais países da América do Sul adotarem o português como segunda língua adotada nas escolas, tudo isso para fortalecer o bloco econômico que se desenha com o MERCOSUL... achei isso fantástico... claro que já tinha ouvido isso aqui no Brasil, mas ouvir dos venezuelanos deu um ar de materialidade ao intento, mesmo porque acho a medida fantástica!!! Integrar o bloco econômico que tem que se fortalecer, como "hermanos" que são é medida necessária para o desenvolvimento da América do Sul... fantásticos os venezuelanos terem essa consciência, mesmo que socialistas e fora do bloco econômico formado, por suas próprias convicções políticas (em que pese as tratativas para a sua entrada no MERCOSUL).
Pois é, ainda conheci umas moças na fila do aeroporto que iam pra São Paulo, tratar de importação de açúcar do Brasil pra Venezuela... da conversa com elas peguei algumas nuances sobre a forma que se desenvolve o comércio... eles compram o açúcar do Brasil, e têm que ser bem mais astutos como comerciantes ordinários, porque convencer brasileiro a vender e entregar o produto pra só depois receber a contrapartida (porque o governo venezuelano obriga os importadores a fazerem assim, pois eles têm que antes nacionalizar o dólar que vai ser a moeda na importação) é uma obra de mestre... mas os exportadores brasileiros sabem dessa exigência governamental venezuelana e parece que negociam com os "hermanos"... mas chegando o produto na Venezuela, ou seja, na empresa que importa o produto, a margem de lucro possível para o empresário é taxada pelo governo... eles não se regulam pelo mercado, não têm livres preços, o governo tabela e eles só podem lucrar aquilo e pronto! Os preços só viram livres nas bancas e pequenos mercados... e daí sim há uma margem de lucro pra o pequeno comerciante, mas nunca para o grande, que é o que importa o produto e muitas vezes o beneficia.
Interessante ver como a economia se desenvolve e como em alguns aspectos a economia venezuelana atual é extremamente parecida com a do Brasil na década de 60, 70... bom ver que evoluímos e que estamos no caminho certo...
Sei que o post está extenso, acho que tá mais pra um mini livro que para um post, e desde já peço desculpas pela delonga... mas como vocês puderam ver eu aprendi MUITO com essa viagem e não poderia guardar só para mim essas lições...
Sobre Los Roques vou fazer um post a parte... hehehehe.
Sendo assim, ficam aqui as minhas dicas (um pouco CDF´s demais as vezes) e recomendo a ida de vocês à Venezuela... de fato um país interessantíssimo em suas diversas facetas...
Beijo pra quem é de beijo e abraço pra quem é de abraço.
Saúde e felicidade sempre!!!

Garoto Bacana