23 abril 2012

Sou brasileiro e tenho orgulho disso!!!



Eu me acho uma pessoa tolerante e paciente com muitas coisas, mas uma das poucas coisas que me tira do sério é o brasileiro falando mal do Brasil e do seu próprio povo, sabe?
Não estou falando em críticas construtivas, ou algo que o valha, mas de críticas infundadas vindas de um sentimento de autoflagelamento que muitos brasileiros teimam em divulgar e passar pra frente como verdade, mesmo sendo uma grande falácia tudo o que se diz...
Não acho que a gente viva em um país perfeito, longe disso, mas vejo um monte de qualidades aqui que as pessoas não ressaltam, não divulgam e, principalmente, não se orgulham...
Se alguém fura fila, é coisa de brasileiro; se há um assalto na rua, é coisa de brasileiro; se alguém é grosso com garçom, é coisa de brasileiro; se alguém deixa lixo na praia ou na rua, é coisa de brasileiro; se alguém quer dar uma de esperto em detrimento de outra pessoa, é coisa de brasileiro; se o que foi combinado não foi cumprido, é coisa de brasileiro... cara, me desculpe, eu sou brasileiro e não faço nada disso que imputam aos brasileiros indiscriminadamente...
Primeiro porque não acho que as coisas ruins que se faz aqui no Brasil seja uma característica única e exclusiva do brasileiro, acho que é do ser humano... em algumas culturas esse ímpeto natural do ser humano em fazer algumas coisas erradas é repreendida de uma forma mais eficaz pelo Estado e por esse motivo é imputado ao povo essa qualidade, quando na verdade não é o povo, mas sim o sistema político repressor que ele vive que impõe a ele aquele estilo de vida (e mesmo nos melhores sistemas ainda tem quem insista em seguir os seus instintos primitivos e fazer coisas erradas).
Eu já vi furto na beira da praia em Ibiza; assalto (barulhento) no metrô de Paris; atendentes americanas altamente grosseiras e rudes com os passageiros; cancelamento de vôos na Europa com muitas pessoas aguardando nos corredores pelo próximo vôo (que era no dia seguinte); gente furando fila em Barcelona; desrespeito ao consumidor e aos direitos humanos em Paris, quando barraram uma amiga minha na porta de uma boite na Cidade Luz (Iluminista, diga-se de passagem...); vi a China destruir a natureza, sem pena e sem controle, em nome do progresso da nação; vi taxistas argentinos me darem notas falsas e me enganarem com um troco a menor em Buenos Aires; vi venezuelano querendo tirar vantagem em cima de mim, turista recém chegado; vi mendigo em Dublin; vi lixo nas ruas de Shangai; vi exploração de trabalho estrangeiro nos países da Europa; vi um desrespeito desumano aos passageiros em revistas humilhantes nos aeroportos dos Estados Unidos, entre tantos outros exemplos negativos que eu posso trazer aqui dos incontáveis lugares que eu tive o prazer de conhecer...
Mas posso ser bem sincero? NENHUM desses fatos negativos me influenciou no meu conceito sobre cada um dos países que eu visitei... porque pra mim isso é do ser humano, e não do povo ou do país que eu estou visitando... eu ADORO Buenos Aires, Los Roques, Paris, Barcelona, Nova York, Miami, Shangai, Hong Kong, Madrid, mesmo tendo visto coisas desagradáveis nesses locais... isso não faz com que eles sejam locais ruins, faz com que sejam lugares que têm uma grande concentração de seres humanos, sendo impossível o Estado controlar a natureza humana de fazer o que não é certo (senão haveria desnecessidade de regras e TODAS as sociedades atuais são baseadas em regras).
Dessa forma, eu acho que o brasileiro tem é que saber que as coisas ruins que aqui ocorrem são oriundas dos seres humanos e o que devemos, cada um fazendo sua parte, é tentar mudar essa autoconsciência negativa que o brasileiro tem dele mesmo e fazer com que nosso povo tenha orgulho de ser brasileiro.
Às vezes eu tenho a impressão que os estrangeiros (de todas as partes) têm uma visão melhor dos brasileiros do que nós mesmos temos de nós... não é raro um estrangeiro dizer que gosta do Brasil quando você se identifica como brasileiro... todas as pessoas com um pouco mais de leitura que conheci em aviões, cafés, livrarias, no exterior, têm consciência da posição geopolítica do Brasil no mundo e no contexto mundial atual.
Claro que a primeira coisa que perguntam é sobre o Rio de Janeiro, samba e futebol, mas o que é que tem? Eu, e acho que boa parte dos brasileiros, adora os três... hehehehehe, mas se você aprofunda um pouco mais na conversa você vai ver que os estrangeiros têm uma boa visão do Brasil e do brasileiro em geral... nos acham sorridentes, simpáticos, um país tropical e com uma cultura que vale a pena ser conhecida (o que realmente somos e temos) e um país em franco desenvolvimento econômico e social.
Nós somos uma DEMOCRACIA... há poucas décadas atrás vivíamos sob a égide de uma ditadura ferrenha, situação essa que não poucos dos nossos vizinhos sul americanos (e nos leste europeu e no norte africano) ainda vivem nos dias de hoje, impossibilitados de se manifestar, de dar suas opiniões, de participar dos rumos de seu país...
Bem ou mal, claro que não sou utópico a ponto de dizer que vivemos em um sistema ideal, temos um sistema eleitoral, com regras postas, rígidas e que estão sendo aperfeiçoadas... de 1988 (promulgação da Constituição Federal) pra cá demos UM SALTO em termos de Democracia, de Estado Democrático de Direito, de Cidadania e da participação popular no destino do país... Ora, perfeição não temos, mas temos como buscá-la e para isso o brasileiro tem que se conscientizar de seu potencial.
O brasileiro é povo no mundo com maior consciência ecológica que eu já vi. Se você conversar com um pescador no nordeste brasileiro ou um ribeirinho no norte do país eles vão ter um mínimo de consciência ecológica e da necessidade de um desenvolvimento sustentável, o que não se vê em muitos cidadãos do mundo em megalópolis mundiais.
A gente devia começar parando de dizer que o Brasil é de terceiro mundo ou um país subdesenvolvido... essa terminologia está ultrapassada e hoje em dia, no que tange à tecnologia, acesso à informação e qualidade de vida, estamos muito próximos dos países ditos desenvolvidos... claro que temos muito o que melhorar na seguridade social, no poder aquisitivo das massas pobres, mas os países ricos também têm esses mesmos problemas, não é exclusividade nossa... Nesses dias teve greve geral na França por causa das alterações no sistema de seguridade social francês... então não podemos nos achar nem menos e nem mais porque temos problemas a resolver... só temos que encarar esses problemas de frente e resolvê-los com as particularidades do nosso povo e do nosso país.
O sistema eletrônico de votos que temos aqui é o mais seguro do mundo, tão seguro que até os Estados unidos querem copiar o nosso modelo.
A legislação ambiental aqui é a mais moderna do mundo, reclamamos de desmatamento na Amazônia, empreendimentos anti ecológicos que são autorizados no Brasil, mas esquecemos que inevitavelmente o progresso atinge o meio ambiente, mas que a legislação do país trabalha com sistema de compensação, degrada aqui, restaura ou mantêm em dobro alí... procurando conciliar a expansão desenvolvimentista com o meio ambiente sustentável e até vetando empreendimentos que ultrapassam dessa tênue linha entre degradação e possibilidade de ressarcimento ao meio ambiente. Muitos países, mormente os mais ricos, não têm um sistema de proteção ambiental rígido, mesmo porque os seus ecossistemas já estão degradados por séculos de exploração descomedida e não digo que porque os outros não preservaram que nós não devamos preservar: Jamais!!! Temos que preservar, mas temos que desenvolver o país ao mesmo tempo...
Nós somos a quinta maior economia do mundo... nós somos atores principais no comércio mundial atual e temos que saber disso.
Nós temos um país abençoado pela natureza, tanto em termos de clima, quanto das intempéries da natureza em terra, água e ar...
Nós somos um povo simpático, cheio de alegria, prestativos e muito versátil...
O que chamam de "jeitinho brasileiro" de forma pejorativa, eu chamo de versatilidade... ser versátil é uma característica NOSSA e que se usada para o bem é uma grande arma para o desenvolvimento.
Nossa cultura é rica (de norte a sul do país), nossa música um tema a parte no cenário mundial... nossa língua é pouco falada, porém muito preservada nesse país de dimensões continentais e estamos num projeto de divulgá-la nos países sul americanos com fito de integrar o bloco econômico do MERCOSUL, português será a segunda língua estudada pelos países membros e espanhol aqui no Brasil.
Nós exportamos carne, soja, sal, suco de laranja, frango, porco, açúcar, frutas tropicais e outros produtos agrícolas para todo o mundo... nossa carne é tida como carne verde no exterior, da melhor qualidade, livre da vaca louca.
O nosso café é tido como o melhor do mundo...
Exportamos o minério de ferro, o que me faz ficar triste, pois exportamos o minério de ferro bruto, mas importamos ele beneficiado e com valor agregado, principalmente da China...
E não pense que a nossa vocação agrícola nos afasta do desenvolvimento industrial... se percorrermos o passado recente veremos que os Estados Unidos, potência mundial, iniciou sua economia com o agronegócio, atraindo, depois, já como fruto de sua expansão econômica por causa do negócio agrícola, as indústrias e o desenvolvimento do setor.
Somos um país de dimensões continentais, mas com unidade. Não temos conflitos separatistas internos, não temos o Brasil desunido, internamente somos bem estruturados e funcionais, por mais que alguns pensem o contrário, só que somos um gigante a ser administrado, as vezes falha mesmo e isso temos que corrigir.
Temos um PIB (Produto Interno Bruto) crescente e atravessamos algumas crises mundiais sem maiores problemas.
Sendo assim, cabe agora ao brasileiro se ver como um povo que está melhorando, que está evoluindo, que está chegando lá... o otimismo é necessário para a continuidade desse desenvolvimento e ter o respeito da comunidade internacional não é algo inatingível (pois até acho que já temos), mas precisamos revisar essa autoimagem que temos e, consequentemente, ressaltar nossas qualidades influenciando diretamente em nossa autoestima e no progresso de nosso amado Brasil.
Eu sei que essa frase vai parecer confusa e ambígua, mas temos que ser intolerantes e pacientes nesse momento em que vivemos... intolerantes com a forma negativa que uma parte dos brasileiros vêem o seu povo e o seu país, mas pacientes para saber que essa situação não vai mudar de uma hora pra outra, mas de forma paulatina, devendo cada um de nós fazer a nossa parte.
Sou brasileiro, tenho orgulho disso, faço questão de dizer pra onde eu vou a minha nacionalidade e de mostrar que o Brasil é um pais gigante, em franco crescimento e que eu faço parte dessa história.
Deixo essas linhas aqui para que possamos refletir sobre isso e para que cada um, internamente e individualmente, se trabalhe e faça sua parte para que o nosso velho guerreiro saia vitorioso na luta pelo desenvolvimento sustentável, na luta por se colocar como membro importante na comunidade internacional, na luta por nutrir os seus filhos e dar boa condição de vida a eles, entre tantos problemas que estamos enfrentando e aos poucos vencendo de forma digna e honrosa.
Fica o meu apelo de hoje: BRASILEIRO AME O BRASIL E SE VALORIZE!
Beijo pra quem é de beijo, abraço pra quem é de abraço e saúde e felicidade sempre!

Garoto Bacana.

19 abril 2012

Aqui nessa casa...


Nessa casa somos reais, porque somos humanos e falíveis...
Nós cometemos erros, cambaleamos, titubeamos...
E por isso dizemos: "- me desculpe", mas um "- me desculpe" com o coração...
Aqui nessa casa nós perdoamos, porque rancor e mágoa faz mal à alma..
Damos segunda chance, porque ninguém é obrigado a acertar de primeira, muito menos tão perfeito que nunca tenha errado.
Aqui nós nos divertimos, porque a base da felicidade é uma gargalhada sem pudor...
Nós damos abraços, porque economizar carinho é tolice...
Nós chegamos ao topo, porque é lá onde todos devem estar...
Temos paciência, porque exigência demais é covardia...
Nós amamos, porque somos humanos, falíveis, cometemos erros, pedimos desculpas, perdoamos, nos divertimos, damos abraços, chegamos ao topo, temos paciência e porque amar é sempre a melhor opção.

(Livre adaptação e tradução de um texto que vi em inglês em uma figura, sem o nome do autor...)

Garoto Bacana

18 abril 2012

Não há silêncio que não termine - Ingrid Betancourt


Terminei de ler esse livro há umas duas semanas, e foi um dos livros que mais demorei pra terminar de ler... primeiro porque ele é bem longo e denso, e segundo porque eu não me empolguei com o enredo, salvo no final...
O livro é bem interessante para quem quer entender o que é a guerrilha na Colômbia, encabeçada pelas FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), quais os métodos de negociação utilizados pela mesma (sequestros de políticos locais e pessoas influentes, troca da liberdade de reféns pelos de membros das FARC), quais são os efeitos devastadores na política colombiana, além dos reflexos da guerrilhas em outros países como Estados Unidos e França.
Minha opinião pessoal, sendo bem sincero, é de que às vezes o livro ficava repetitivo e enfadonho, com um peso psicológico exacerbado e cansativo. Claro que temos que ter em mente que o livro é um desabafo da autora, uma autobiografia dos sete anos que ela viveu em cativeiro, e quem "perde" sete anos de sua vida presa por guerrilheiros, pelo simples fato de ser candidata à Presidência de seu país e por defender seus ideais políticos, pode e deve ser prolixa e desabafar da forma que quiser, já que por anos não teve voz ativa.
A forma como ela abordou a guerrilha, o tratamento que era dispensado aos sequestrados, os seus conflitos psicológicos e os dos seus colegas de exílio, as relações interpessoais, a mudança de paradigma no que tange aos desejos, às tolerâncias, ao referencial de felicidade, de como as coisas se relativizaram após um tempo no cativeiro e, principalmente, a consciência da valorização de tudo o que tivera e não se apercebera e deixara passar sem notar a magnitude daquilo (convívio com seus pais, morte do seu pai, força e perseverança de sua mãe, amizades, crescimento dos filhos, relacionamento com a irmã, com seu marido...) é algo que nos leva a refletir e a tentar mudar algumas coisas em nossas atitudes cotidianas.
No livro ela não fala do pretenso estupro que sofreu na mão das FARC, o que me fez crer que ele não existiu; não fala a fundo da sua relação com o ex marido, que segundo consta esperou por ela até ela sair do cativeiro; e, por fim, abordou de forma muito inocente o "romance" que teve com um americano que foi sequestrado pelas FARC quando estava em missão para resgatá-la.
Por outro lado, muitas vezes as descrições das condições humanas no cativeiro pareciam surreais, acreditar que nos tempos modernos existe esse tipo de guerrilha, e que isso ainda está acontecendo naquele exato momento na Colômbia, era algo que de vez em quando me assustava na leitura do livro.
Em resumo: o livro é legal, mas leia com tempo e com o coração aberto, da forma como quem escuta um amigo desabafando, que por vezes pode ser prolixo e enfadonho, mas que precisa desabafar o que está guardado em suas lembranças e em seu coração, cabendo a você ouvi-lo, tentando reter as partes relevantes para depois poder ajudá-lo (e se ajudar também com a experiência do outro).
Fica aqui a dica do livro.
Beijo pra quem é de beijo e abraço pra quem é de abraço.

Garoto Bacana


05 abril 2012

Amiga Ipanema


Quantas histórias e quantas paixões estarão guardadas para sempre nas ruas de Ipanema... o mesmo palco, o mesmo trajeto, a mesma paisagem, o mesmo mar, os mesmos sentimentos, tudo isso em pessoas completamente diferentes.
Quantas pessoas já foram à beira do mar pedir a Deus pra esquecer alguém, pra ter um alguém de volta ou simplesmente para chorar, colocando suas dores nas ondas do mar e buscando um alívio para o seu tormento...
Quantas vezes as pessoas viram o pôr do sol do Arpoador e lembraram da pessoa amada, ou se questionaram porque tanto sentimento pra quem não te corresponde, ou porquê tudo acabou tão cedo...
Quantos pensamentos secretos se passaram nos calçadões e nas areias brancas da praia...
Quantas lágrimas estão bem ali, enterradas de forma mais secreta...
Quantos passeios cabisbaixos na Visconte de Pirajá, tentando sugar a alegria das pessoas que caminham por lá.
Quantas pessoas entraram na igreja Nossa Senhora da Paz e rezaram pedindo conforto e força pra superar o amor distante, que acabou, ou aquele que nunca foi seu.
Quantas pequenas ilusões se iniciaram, se alimentaram e findaram... bem debaixo de nossos narizes.
Quantos amores secretos no parque da encosta do Morro Dois Irmãos, no mirante do Leblon.
Quantos encontros furtivos na Lagoa... no Jardim de Aláh.
Quantos porres foram tomados em nome de um amor não correspondido nos bares, ou por aquele amor que se foi prematuramente... tentando-se achar um alívio artificial e passageiro, mas bastante eficaz.
São ilustres e desconhecidos que se confundem numa ligação homogênea que é o sentimento não correspondido, o amor sofrido, o abandono, a lágrima caída, o amor no peito...
Um aperto sem nome, uma angústia desmedida, uma falta do que não se quer, um amor que dói.
Tudo lá, na melhor amiga de todas, na que melhor sabe guardar os nossos segredos... Ipanema.

Garoto Bacana