05 outubro 2011

A nossa liberdade é o que nos prende...


O título do post de hoje é uma frase de uma música de Jota Quest que chama MAIS UMA VEZ... eu adoro a banda e acho que em algumas músicas ele externa exatamente o que eu sinto, depois descobri que as músicas são de Rogério Flausino e Fernanda Mello, fantástico os dois!
Num primeiro momento, se formos analisar semanticamente, a frase é contraditória e ambígua... Ora, liberdade e prisão se completando em uma frase com motivo feliz? Como é que pode... ? Rsrsrsrs. Mas depois que você presta atenção no que ela diz é como se caísse a ficha, como se você descobrisse a senha de um e-mail que você esqueceu faz tempo, é como achar dinheiro perdido no bolso de uma calça antiga...
Pra mim é exatamente isso aí: A LIBERDADE É O QUE ME PRENDE... e só ela... porque liberdade alimenta o amor, o amor faz com que a gente goste mais de nós mesmos e quando a gente gosta da gente a gente consegue gostar mais fácil do outro e se entregar numa relação saudável.
O que prende a gente não é vigilância, não é controle, não á saber aonde o outro está, o que o outro pensa ou o que o outro fez e muito menos com quem o outro estava...
Fidelidade (que em minha opinião é diferente de lealdade) é algo que nós devemos a nós mesmos, e não ao outro. Se você resolve trair uma pessoa não vai ser o "pseudo controle" dela sobre você que vai impedir que você traia, mas sim sua consciência, sua razão de estar com aquela pessoa... e o que faz, em mim, eu ter a consciência de que eu não devo trair é a liberdade... quando você trai uma pessoa que te dá liberdade é como se você estivesse traindo duas vezes, acho que dói mais... Trair uma promessa de fidelidade é besteira, todo mundo faz, mas trair alguém que te dá liberdade (já que não é algo que todo mundo dá) é algo mais sério.
Óbvio que não estou dizendo aqui que não haverão traições, deslizes, amantes, mesmo com pessoas que respeitam o espaço do outro e que deixam ele livre, mas as chances são reduzidas, ou pra quem acredita em inevitabilidade da traição, demorará mais ou será algo efêmero e sem importância, pois a liberdade que você tem com o outro não é todo mundo que vai te dar.
E não pense que a liberdade serve exatamente pra trair... não mesmo... a liberdade serve pra preservar a sua individualidade, pra que você se estude e se conheça, pra que você analise seus pontos fracos e fortes e para que com esse auto conhecimento saiba quando está errado e quando está certo; para que saiba o que a pessoa que está ao teu lado te soma ou te subtrai... liberdade é sinônimo de auto conhecimento pra mim... eu preciso ser MEU pra ser do outro, não posso ser do outro sem saber quem eu sou, o que eu quero, o que eu gosto, de forma individualizada...
Quando eu ceder eu vou saber que estou cedendo porque eu saberia o que eu faria se estivesse sozinho e isso vai fazer eu ver que ceder é importante e necessário quando se vive a dois.
As vezes eu observo alguns relacionamentos que estão impregnados de ciúmes, não digo que estão nem certos e nem errados, cada um acha sua felicidade a sua maneira, mas sempre penso que eu não queria aquilo pra mim... eu não seria feliz daquela forma... sentir ciúmes é normal, mas daí impedir o outro de viver por causa de SEU ciúmes já vira algo doentio, é um egoísmo disfarçado em altruísmo...
Repito que as pessoas são HUMANAS, de carne e osso, e que a traição pode ocorrer em quaisquer incontáveis das situações de vida que podemos testemunhar nessa nossa longa jornada, mas liberdade é algo que é sempre bom e que acho deva ser cultivada!
Liberdade não é desatenção, nem falta de carinho, desamor, sinal de que não quer estar com o outro... liberdade é saber respeitar o lugar do outro, sem invadi-lo, mas fazendo parte dele... difícil, mas não impossível.
Pois hoje meu desejo é que a liberdade seja regra, e não exceção.
Beijo pra quem é de beijo e abraço pra quem é de abraço.
Saúde e felicidades pra todos...

Garoto Bacana.

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