07 abril 2011

Mais uma em Buenos Aires.




Uma viagem agradabilíssima e divertida... pouco turismo, ou quase nada. Pessoas que amo junto a mim e muitas histórias pra contar. Que delícia...
Como todo bom começo a jornada começa com uma bela Quilmes (pra quem não conhece é uma das melhores cervejas argentinas, rótulo azul, garrafa de 1 litro) em Palermo e um papo entre duas pessoas que se conhecem bem, nos pontos fracos e nos fortes... total intimidade e ausência de qualquer mecanismo de defesa ou de máscaras protetoras... pra quê isso com quem te conhece bem? Nem adianta... sem essas defesas o papo flui, o coração se abre e começa a ser decifrado pela boca através das palavras...
Chegar tonto ao hotel era inevitável, claro que acompanhados de tropeções engraçados e ao som de divertidas e inocentes gargalhadas abafadas para não incomodar os demais hóspedes.
Que noite simples e espetacular, dois adjetivos tidos como incompatíveis por muitos, para mim não!
No dia seguinte, sono... acordar sem ressaca: que milagre! 
Esqueci de avisar ao terceiro elemento da jornada o endereço do hotel, mas mesmo assim ela chegou, como que pelo faro, na hora exata, tínhamos acabado de acordar... parece que meu subconsciente sabe que somos tão parecidos que eu tinha certeza que ela ia chegar lá, mesmo sem eu ter dado o endereço a ela, e o fato é que chegou, confirmando a desconfiança de meu inconsciente.
Saímos por Buenos Aires, sem fazer qualquer plano, apenas confiando que a simples presença dos três seria suficiente para garantir a diversão do dia, estivéssemos aonde fosse... e assim foi. 
Cabañas Las Lilas, Puerto Madero, não sem antes eu me enrolar com o garçom que não tinha um espumante Demisec (pra agradar as moças, por mim seria um Brut mesmo...) até ele entender o que eu queria foi um parto, mas um parto natural e bom... chegaram as entradas e mais gostoso do que elas estava o papo... conversa vai, conversa vem, passamos todo o dia lá, finalzinho de tarde, clima agradável, nada melhor para aquele momento... comi riñones, que as meninas ficaram com nojo mais depois provaram e aprovaram (a pequena nem tanto), mas vontade mesmo fiquei foi de comer glândulas refogadas ao molho pesto (um dia como...), mas não pedimos os pratos principais, de tão cheio que ficamos com as entradas e os espumantes.
De lá, fomos ver umas lojas na Calle Córdoba, essa parte fui por amor à retórica e por estratégia... pois sabia que poderia usar isto a meu favor em outro momento... rsrsrsrsrs.
Mais tarde havia uma intenção de ir a um pub ou uma boite, fomos jantar no Brasas Argentinas, também no Puerto Madero, após uma tentativa frustrada de ficarmos juntos com os outros amigos que também estavam em Buenos Aires.
O fato é que foi uma extravagância gastronômica a noite (destaque para o joelho de cordeiro, puta merda, uma delícia!!!), o restaurante servia de um tudo, e a noite estava regada a muito vinho, numa mesa na beira do cais de Puerto Madero, de fronte a um porteiner desativado... mais uma vez conversa vai, conversa vem, risadas fluem, descontração, confissões de adolescentes, confissões de adulto e o papo estava tão bom que ninguém queria sair, resumo: desistimos da boite/pub e fomos direto pro hotel após horas de uma sintonia que nem vidas passadas explicam. 
Adoro não ter programação pra seguir... dá uma sensação de liberdade, me faz crer que a programação é a vontade de fazer algo, na hora que se tem essa vontade e isso pra mim é lindo, mágico, impagável...
No dia seguinte fomos tentar programar alguma coisa: ir para o show de Fatboy Slim na Pachá... tentativa frustrada, acabaram as senhas e saímos de lá com a promessa de que seríamos colocados pra dentro da festa pelo caseiro da boite... kkkkkkkkkk (acreditam que na hora eu acreditei???). 
De lá, resignados, fomos ao Museu de Arte Moderna de Buenos Aires, o famoso MALBA, um espetáculo, um capítulo a parte, a atmosfera do lugar, as obras, uma exposição de fotos fantástica... vão lá, recomendado!!!
Depois a fome bateu e então deu Recoleta na cabeça, claro que não antes de identificarmos uma nota falsificada quando fomos pagar o taxista, quando ele mostrou foi que percebi, uma cópia colorida em uma folha A4... rsrsrsrs, a "perfeita falsificação"... 
Para mim não teve problema algum, o lastro argentino, e conseqüentemente a confiablidade de sua moeda e a robustez de sua economia, é um problema deles. Eu, infelizmente, não poderia deixá-los com uma possível solução de seus problemas comigo. Já pensou se aquela notinha de 20 pesos fosse o estopim para a valorização da moeda argentina e o início da descoberta da cadeia produtiva de notas falsificadas? Eu jamais iria me perdoar!!! Sendo assim, deixei lá mesmo a bendita (para eles, "los hermanos") cédula falsificada que, se Deus quiser, vai servir de início para o fim dos problemas econômicos dos argentinos.
Voltando à Recoleta sentamos em um mesa na parte externa do restaurante que esqueci o nome, naquelas típicas calçadas de Buenos Aires, adornadas por cercas vivas, e começamos a tomar um chopp (uns, diga-se de passagem, e da Quilmes, claro!) ao ar livre, numa tarde extremamente agradável, sob a sombra de uma grande árvore e a conversar mais uma vez sobre a vida, chegamos até filosofar nessa tarde... que coisa deliciosa! Falamos como seria bom se o resto da turma estivesse ali, dividindo aquele momento com a gente...
Comi um peito de frango recheado com queijo Roquefort e como acompanhamento uma farofa de "couscous" que estava porreta! Claro que as ladras de alimentos não perderam a chance de bulinar meu prato, e eu os delas, tenho que confessar... mas depois dessa suruba gastronômica continuamos desfrutamos de nossas companhias naquele local até de tardezinha, quando decidimos pagar a conta e ir até a Pachá pra tentar comprar o famigerado ingresso pra Fatboy Slim.
Como que por encanto aparece um colega nosso da turma que estava perdida e mais um casal de tios dele... por óbvio decidimos reabrir a conta e continuar tomando o chopp da Quilmes que já estava me deixando com saudades, seria uma desfeita ir embora assim (com ele e com o destino que foi tão legal com a gente).
Mais uma vez repito: ADORO NÃO FAZER PLANOS, SEGUIR O FLUXO DOS ACONTECIMENTOS...
Ligação vai, ligação vem, dentro de uma hora estamos todos reunidos na mesa, cada um com seu chopp, rindo alto, conversando besteira e felizes, no que posso afirmar ter sido o finalzinho de tarde e comecinho de noite mais agradável dessa estada em Buenos Aires... até umas 21:00h estávamos lá conversando, e, pra falar a verdade, só fomos embora porque começou a chuviscar e o local era aberto!
De lá um Freddo de "dulce de leche"!!! Puta que pariu!!! (tem coisas que só um palavrão faz por você)... vou nem falar nada... 
Voltando ao hotel fomos nos arrumar rapidinho pra poder tentar ser colocado pra dentro da Pachá pelo caseiro da boite... até então achávamos que íamos conseguir. 
Chegamos de 00:00h em frente à Pachá e quando se falava o nome do caseiro só recebíamos de volta uma risada irônica tipo: "Esse cara te enganou...".
Sem dinheiro, dada a certeza que iríamos pagar no cartão de crédito, dividimos o time: eu fui sacar dinheiro em espécie, e as duas ficaram lá pra ver como conseguiam comprar o ingresso com cambistas pra poder entrar no show, só uma ressalva, as duas não, porque a pequena ficou lá, alheia a tudo, como se nem fosse com ela a tentativa de entrar na boite... hehehehehe.
Quando voltei com o dinheiro que saquei do banco, e tendo ciência pelo taxista novamente que a nota de 100 pesos que tínhamos também era falsificada, as meninas já tinham descoberto como entrar... uma verdadeira máfia pra comprar um ingresso, um absurdo! 
Pulando a parte chata, compramos os ingressos (óbvio que eu plantei mais uma chance da Argentina erguer sua economia, deixando a notinha de 100 pesos com o cambista) e entramos na festa!
Eu não curto muito boites, música eletrônica, esses lances, mas esse tal de Fatboy Slim é muito bom!!! Dancei a noite inteira feito um louco... saí de lá pingando de suor e sem beber quase nada, pois como não aceitavam cartão só tínhamos 100 pesos a mais e o que dava pra comprar com isso eram exatas 03 vodcas, uma pra cada!!! E assim foi feito.
A festa foi espetacular... MUITO boa!!! Chegamos em casa de manhã...
Dormimos e acordamos pra poder comprar um all star pois a moça não tinha trazido um tênis sequer para ir ao show de U2. 
Íamos na Calle Santa Fé, mas encontramos uma loja da Converse em frente ao hotel... parece mentira! Compramos o all star lá e seguimos rumo ao transfer, não sem antes parar no Havana e tomar um café, tirar um monte de fotos e rir pra caralho!!! Acho que foi a hora que eu mais ri de todas... 
Do café, colocamos a pequena em um taxi, em direção à Calle Santa Fé, para que ela fizesse compras, e pegamos o transfer para o show de U2, claro que nesse intervalo rolou uma Quilmes de 1L... hehehe.
"O" show de U2 é um assunto a parte, cujo teor vai ser objeto de um post exclusivo.
Dia seguinte, malas, aeroporto, free shops, conexões, passaportes esquecidos, mas muito carinho e diversão juntos e boas lembranças e risadas de tudo o que foi vivido nesses 03 dias de imensa magia na cidade dos hermanos argentinos...
Espero que todos algum dia possam sentir o que senti nesse dia...
No mais felicidade e saúde pra todos.


Garoto Bacana