27 março 2011

Querer, quero tudo... mas fico com o que me faz feliz.



Adianta investigar o porquê desse meu coração inquieto, dessa minha alma eternamente insatisfeita?
Será o mal dos reflexivos e gracejadores da vida?
Acho que não, mas desejos são pra ser sentidos e, quando possível, realizados.
Então, como estou na fase dos desejos só me resta querer, e querer sei bem demais como é.
E já que querer não mata, eu desejo.
E desejo ver o mar... eu quero ver o mar!!! E quero tê-lo à minha disposição, quero poder sugar as energias dele num final de tarde estressante quando eu sair do trabalho.
Quero poder resolver as coisas a pé, ser gente desmotorizada, indo em direção diametralmente oposta aos meus desejos de adolescente. E o que é que tem se eu mudar?
Andar de metrô, não precisar de carro, mas tê-lo para quando necessário. Andar de ônibus, conversar e aprender com pessoas que eu nunca vi e que provavelmente nunca verei novamente, mas que dividiram um momento de suas vidas com um vizinho de banco de ônibus.
Quero morar perto de tudo, ser mais um na multidão, não ver o que não me diz respeito e nem ser visto... quero ver gente na rua, ser um ilustre desconhecido em meio a uma multidão também de ilustres desconhecidos, andando calmamente pelas calçadas, cada um resolvendo seus problemas, cuidando de pôr sua vida pra frente.
Quero poder descer do meu prédio e ir ao encontro do mar, sentir o vento, a brisa.
Quero poder num dia quente e de sol ir num lugar tranqüilo, com sons de pássaros aonde eu possa apenas fechar os meus olhos e meditar, sem ter que me preocupar o que estarão pensando desse louco com os olhos fechados, no meio do nada... pensando em quê, meu Deus?
Quero poder ouvir o som da água brigando com um remo, e minha vista se perder em um verde esplêndido e relaxante...
Quero poder ver o pôr do sol na beira da praia.
Quero poder subir alto e ver tudo por cima, pra poder entender o que ocorre lá embaixo e ainda me encantar com tudo aquilo.
Quero poder entrar em contato com a natureza, fazer trilha, ver cachoeiras e tomar água de fontes naturais sem ter que sair de perto de casa.
Quero poder voar e ver o verde e uma floresta de cima e ainda pousar numa praia com água azul turquesa.
Quero tomar sol e me refrescar na água do mar.
Quero poder tomar minha cerveja gelada em um boteco de esquina, sem luxo, sem frescura, aonde se vá pra beber e bater um bom papo e não pra desfilar, e ainda assim esse lugar ser extraordinariamente interessante.
Quero viver em cenário de canção e de novela.
Quero poder sentar no finalzinho de tarde na beira de um quebramar e ouvir o som da onda batendo nele como quem me incentivando a divagar em meus devaneios tolos. E quando olhar pra frente ver o sol se pondo, deixando a cidade ao longe toda dourada.
Quero ser eu mesmo, gostar do que gosto, querer o que quero e pronto!
Quero poder ter amigos que me liguem e que digam: tô chegando! E o chegando tanto pode ser indo como vindo...
Quero poder ficar contemplativo e olhar as pessoas andando, prédios novos e velhos em harmonia perfeita, as ruas, as árvores, e me encantar por aquilo tudo todo dia novamente...
Quero sentir a angústia de não poder ter tudo o que quero e ter a resignação de saber que tenho os meus limites e ainda assim ser feliz.
Quero ver gente feliz, gente que dá bom dia, boa tarde e boa noite a desconhecidos.
Enfim, querer, quero tudo... mas fico com o que me faz feliz.
E vou buscar a felicidade, nem que eu tenha que descobrir que já sou feliz hoje e que tenha que “desdesejar” tudo o que hoje desejo, ou constatar que o que desejo é ilusão, que não existe, que é impressão de quem vê de fora.
Se assim for, volto pro começo, humildemente, e com a certeza de que sou mais feliz do que quando comecei sem a certeza de ser feliz, mesmo já sendo...
É isso aí... busquemos a nossa felicidade. Felicidade e saúde para todos!!!

Garoto Bacana.

P.S. - Só pra ficar bem claro, fiz o texto pensando no Rio de Janeiro... hehehehe.

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