17 novembro 2013

Como nossos Pais...


A gente tem tanto de nossos pais, né? 
A gente nem nota, mas de vez em quando se vê falando igual, com alguns hábitos vindos deles.
Misturei meu café com o brigadeiro que veio com ele... 
Quem fazia essas misturas loucas? Quem queria sempre provar um sabor diferente, inusitado... 
O próprio café vem deles... Um hábito que relutei pra aceitar, mas que hoje não me vejo sem... 
O doce de leite, o biscoito molhado no café, as saudades... 
O modo de ver a vida, a forma otimista de ver sempre o que é bom nas situações, a forma como encaro as adversidades, tudo vem do exemplo deles... 
Provo uma coisa nova que eles iam gostar e lembro deles, agora só posso mostrar pra uma metade, a outra se foi... 
Acabei de conhecer um churros com doce de leite aqui no Bazzar da Travessa que é a cara dele (ele iria adorar, certeza!), essa é a maior perda, a de não poder mostrar, me conforto com o tanto que já mostrei, mas o mundo é infinito e sempre existirá o que eu iria querer mostrar, e lembrarei dele com saudades em cada uma dessas vezes que, espero eu, sejam muitas. 
Ainda agora vi uma mulher e uma velhinha se segurando no braço dela, mãe e filha, com certeza! 
Eu quero ter alguém pra eu segurar no braço, sabe? 
Quero passar meus hábitos, costumes e valores pra um outro alguém... Quero poder ensinar o que é correto e o que não é, que a família, e aqueles que amamos, devem estar em primeiro lugar em nossa lista de prioridades, quero poder ensinar a ser curioso, a querer entender como as coisas funcionam, mostrar o quanto é bom a gente entender como o mundo ao nosso redor funciona, quero mostrar que prestar atenção às coisas simples da vida é um dom que infelizmente quase ninguém tem. Quero alguém que tenha boas lembranças de mim, que me veja como espelho, como herói, como eu vejo os meus pais... Eu sou reflexo deles e não é justo que eu não seja um reflexo pra alguém e que alguém não seja o meu reflexo também... rsrsrsrs.
Eu quero mostrar como é bom viver de forma leve, quero sair, quero sofrer, quero brigar, quero amar esse meu espelho mais imperfeito ou mais bem feito que o autor... 
Quero vida, razão de viver, alguém por quem não poder morrer, alguém que não queira e nem possa me substituir, porque eu sou único pra ele... Alguém que seja um pedaço de mim, um euzinho, seja física, seja psicologicamente, exatamente como eu sou um euzinho dos meus pais... Eu sou a continuidade, a certeza da imortalidade pra eles, e eu quero que alguém seja isso pra mim... Eu quero ser pra ele, quero tentar fazer alguém saber tirar felicidade de onde só se vê tristeza, quero ensinar que o prisma do amor é a melhor lente para se ver o outro... Quero amor, quero amar, quero o incondicional, quero o visceral, quero o carnal, mesma carne, mesmo sangue... Quero!
Saúde e felicidade pra todo mundo, inclusive aos que já têm seus "pequenos eus"...

Garoto Bacana

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