05 abril 2012

Amiga Ipanema


Quantas histórias e quantas paixões estarão guardadas para sempre nas ruas de Ipanema... o mesmo palco, o mesmo trajeto, a mesma paisagem, o mesmo mar, os mesmos sentimentos, tudo isso em pessoas completamente diferentes.
Quantas pessoas já foram à beira do mar pedir a Deus pra esquecer alguém, pra ter um alguém de volta ou simplesmente para chorar, colocando suas dores nas ondas do mar e buscando um alívio para o seu tormento...
Quantas vezes as pessoas viram o pôr do sol do Arpoador e lembraram da pessoa amada, ou se questionaram porque tanto sentimento pra quem não te corresponde, ou porquê tudo acabou tão cedo...
Quantos pensamentos secretos se passaram nos calçadões e nas areias brancas da praia...
Quantas lágrimas estão bem ali, enterradas de forma mais secreta...
Quantos passeios cabisbaixos na Visconte de Pirajá, tentando sugar a alegria das pessoas que caminham por lá.
Quantas pessoas entraram na igreja Nossa Senhora da Paz e rezaram pedindo conforto e força pra superar o amor distante, que acabou, ou aquele que nunca foi seu.
Quantas pequenas ilusões se iniciaram, se alimentaram e findaram... bem debaixo de nossos narizes.
Quantos amores secretos no parque da encosta do Morro Dois Irmãos, no mirante do Leblon.
Quantos encontros furtivos na Lagoa... no Jardim de Aláh.
Quantos porres foram tomados em nome de um amor não correspondido nos bares, ou por aquele amor que se foi prematuramente... tentando-se achar um alívio artificial e passageiro, mas bastante eficaz.
São ilustres e desconhecidos que se confundem numa ligação homogênea que é o sentimento não correspondido, o amor sofrido, o abandono, a lágrima caída, o amor no peito...
Um aperto sem nome, uma angústia desmedida, uma falta do que não se quer, um amor que dói.
Tudo lá, na melhor amiga de todas, na que melhor sabe guardar os nossos segredos... Ipanema.

Garoto Bacana

Um comentário:

  1. Engraçado... Lembrei de você lendo na Livraria da Travessa e agora eu "li com sua voz", é uma sensação meio estranha, mas nem todo mundo tem o privilégio de escutar o autor lendo sua obra... gostei!

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