23 junho 2011

As Montanhas de Buda


Incrível como a gente conhece pouco o mundo que vive... nesse livro eu pude ver a saga real do que é o martírio dos Tibetanos contra a China e sua dominação cultural...
Li o livro de uma sentada, e eu fico radiante quando posso fazer isso... no vôo São Paulo - Caracas consegui devorar o livro praticamente todo, e adoro quando isso acontece! Adoro me empolgar com a leitura, viajar no texto do escritor...
Primeiramente o livro é uma aula da geografia... descreve o Himalaia e as redondezas do Tibete e do Nepal de forma esplendorosa... me deu vontade até de ir lá, por sinal é o meu próximo roteiro, COM CERTEZA... conhecer a terra da neve... esperem notícias aqui no blog!
Em segundo lugar a forma que ele aborda a questão do budismo, como sem querer (ou querendo mesmo) ele tangencia os preceitos budistas, vai explicando as crenças, costumes e tradições, e explana de forma inequívoca o que um budista tem em seu coração, além de descrever o sentimento dos religiosos tibetanos perante as atrocidades que foram e são feitas sob pretexto de unificar um país que não é único, nem aqui e nem na China!
O fato de que os Tibetanos não se valem de luta armada ou de violência para resolver o conflito, tudo embasado em seus preceitos morais e religiosos, é lindo de ver...
Numa passagem do livro, após ter sofrido várias torturas e todo tipo de sofrimento, um tibetano budista agradeceu ter sido liberado da prisão chinesa (que reeduca os tibetanos dentro da cultura oriental chinesa) não porque acabariam os seus sofrimentos, mas porque ele estava prestes a perder a compaixão pelos chineses e estava a um fio de sentir ódio e rancor por eles, o que lhe seria muito pior do que a dor física que estava sofrendo.
Mesmo com toda a crueldade e chacina (um verdadeiro genocídio, pode-se dizer assim) que são submetidos os tibetanos eles mantêm o hábito de não falar mal dos chineses. Os tibetanos querem sua liberdade, sua independência, poder desenvolver sua cultura e seus costumes, mas nunca falaram mal dos chineses e nem das atrocidades que os mesmos submetem os tibetanos... o mais nobre dos sentimentos... o perdão incondicional e irrestrito!
Outro ponto que me chamou a atenção foi na hora em que ele explica que na doutrina budista não há fatalidades em nossas vidas... afirmam categoricamente que a vida é desprovida de fatalidades, tudo tem um porquê. E é assim mesmo... toda folha que cai tem uma razão e isso fecha o ciclo de acontecimentos em nossas vidas. Pare e reflita agora, só um pouco, sobre o peso e a importância dessa afirmativa! É incrível!!!
Por fim, o livro aborda bem o aspecto político, a subserviência que a China quer dos tibetanos e que não está logrando êxito pela fé e presistência pacífica desse povo, mas que insiste em ter utilizando-se de métodos violentos e desumanos.
A resistência do Dalai Lama, sua saga nesses tempos de conflitos, a organização do budismo... como a fé e a política se misturam no dia a dia desse povo sagrado, tudo é abordado de forma muito simples e agradável de se ler.
O livro é pesado e descreve as torturas de sorte pormenorizada, mas conta história de coragem, de amizade e, principalmente, de solidariedade humana... isso me fez refletir que seria o bastante se o mundo fosse solidário, se todos os povos se olhassem como irmão, como copatriotas de um mundo pequeno e muito próximo.
No meio da trama um personagem budista atesta basicamente que mais vale ajudar um irmão, ser solidário com o próximo, do que ganhar um prêmio... disse, em apertada síntese, que se um tibetano se visse em uma corrida e visse um irmão caído no chão, por seus preceitos, deveria parar a corrida e ajudar o próximo, mesmo que isso lhe levasse à perder a competição... atitude essa incomum em nossa rotina.
O livro é cheio de lições e de bons exemplos a serem seguidos, além de nos conscientizar desse problema político-religioso-social que até hoje persiste na região.
É isso aí, indico demais a leitura desse livro e desejo que todos possam tirar boas lições dele.
Beijo pra quem é de beijo e abraço pra quem é de abraço...
Saúde e felicidade para todos.

Garoto Bacana.

3 comentários:

  1. Quando entrei na faculdade, ganhei um livro do Dalai Lama. Gostei muito... Lembro, porém, que no Ensino Médio tinha lido uma reportagem na revista Caros Amigos sobre o conflito, o que me fez admirar mais ainda o povo do Tibet e o Dalai Lama, apesar de todas críticas "paralelas" que ele sofre.

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  2. Só uma última observação: Garoto, você é um "abuso" no que diz respeito aos "entornos" do objeto principal do blog. Um cafezinho... Uma água com gelo... em um localzinho muito charmoso!! Ô abuso! ;)

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  3. E ainda tinha uma espreguiçadeira do lado e o potinho de brigadeiro que está seco... hehehehe. Bão demais... sou fí de Deus, né?

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